A Ordem dos Arquitectos (OA) está mais próxima dos seus membros, assim o afirmaram os jovens vencedores do Prémio Arquitectos Agora 2016 (PAA) que deram a conhecer as suas experiências e histórias.
A cerimónia de entrega dos PAA 2016 e a abertura da exposição dos trabalhos premiados na Galeria da OA decorreu no dia 30 de Junho e contou com a presença dos arquitectos e membros da direcção Paulo Tormenta Pinto e Rita Dourado que destacaram a “crescente qualidade” desta iniciativa quer ao nível das propostas, quer dos próprios candidatos. Rita Dourado frisou que este evento mais do que premiar jovens talentos pretende que “os novos membros tenham uma entrada mais feliz (na Ordem) e não somente a entrada numa instituição”.
A primeira premiada a expor a sua experiência foi Helena Barros Barroco que da universidade rumou a Celorico da Beira e apontou as dificuldades, desafios e oportunidades de ser um arquitecto no interior de Portugal. Mais longe foi João Pedro Quintela que chegou ao Chile três meses após o terramoto para acompanhar o reerguer da vida e da casa de um casal de artistas deste país. Ambos salientaram a importância do arquitecto ir para o campo de trabalho e acompanhar de perto e no quotidiano a obra arquitectónica.
José Pedro Cano mostrou a simplicidade arquitectónica da cozinha da sua avó, em Serpa, registada num momento fotográfico. A luz patente na foto pode ser interpretada de diferentes maneiras mas mostra também que, passados tantos anos, a traça arquitectónica ainda está lá e que o moderno e o antigo podem andar de mãos dadas na perfeição, como o arquitecto Ricardo Bak Gordon defendeu nesta sua fotografia.
Luís Duarte Ferro é um jovem poeta da arquitectura que confessou gostar da “escuridão” de um espaço antes de o “medir”, de o “observar” ou de o “desenhar”. Revelou também que gosta de se perder pelos sítios devolutos de Lisboa a necessitarem da intervenção dos arquitectos para ganhar nova vida.
Por fim, Simão Botelho lançou algumas questões pertinentes: O que interessa a forma de um edifício se não for socialmente útil? De que forma a arquitectura pode melhorar a vida das pessoas? Qual filósofo, reflectiu sobre a função do arquitecto estagiário lançando duras críticas à ponte entre as universidades e os ateliers, à organização dentro dos próprios gabinetes de arquitectura e das limitações à criatividade dos jovens e recém-formados arquitectos.
Pelas palavras dos premiados facilmente se depreende que existe por parte dos recém-licenciados arquitectos uma nova abordagem no abraçar da profissão, que têm os pés bem assentes no chão e que ainda assim conseguem dar asas à sua imaginação, se os deixarem!
A exposição dos trabalhos vai decorrer entre 30 de Junho e 12 de Julho, na Galeria da OA.