O sector da construção registou, em 2013, um volume de negócios no exterior na ordem dos 5,3 mil milhões de euros, o que traduz um aumento de 7% face a 2012, e garantiu fora do País uma carteira de encomendas a rondar os sete mil milhões de euros. A intensa actividade internacional garantiu ocupação para milhares de trabalhadores portugueses.

Ao ter mais que triplicado entre 2006 e 2013, aquele primeiro indicador revela uma taxa decrescimento médio anual da facturação da actividade internacional das construtoras de 18%. Já o trabalho assegurado, ao atingir uma variação 53% face a 2012, aponta para perspectivas bastante favoráveis para 2014 e 2015.

Estes são alguns dos aspectos identificados e analisados na quarta edição dos “Cadernos da Internacionalização”, uma publicação lançada pela AECOPS, em 2012, que visa, por um lado, retratar a presença da construção portuguesa no mercado externo, e, por outro, disponibilizar informação de contexto para as empresas que ali já operam ou pretendam vir a fazê-lo.

O documento, agora divulgado, salienta ainda o peso da actividade no exterior no total do output do sector e também na economia nacional. Assim, em 2013, os trabalhos de construção além-fronteiras representaram cerca de 44% do total da produção do sector no mercado interno e, somando a facturação no exterior e em Portugal, 31% volume de negócios global do mesmo.

São, pois, números que continuam a demonstrar a relevância da construção como instrumento de internacionalização da economia portuguesa, representando cerca de 3% do PIB e 8% do total tas exportações nacionais, e a capacidade de sobrevivência do sector às dificuldades do mercado interno.

A intensa actividade internacional da construção afigura-se também uma garantia de ocupação para milhares de trabalhadores portugueses e, em simultâneo, um factor valioso para a diminuição do desemprego e respectivos encargos sociais em Portugal. Só na Europa, em 2013, a AECOPS constata que estiveram ao serviço das construtoras nacionais cerca de 50 mil trabalhadores portugueses da construção. Já em 2012, o sector terá respondido por cerca de 40% do total dos destacamentos para a Europa.

Em termos geográficos, o estudo da AECOPS revela a continuidade da presença da construção portuguesa, essencialmente, em economias emergentes de África (Angola e Malawi) e da América Latina e Central (Venezuela e Peru), com os dados recolhidos a apontarem para um aumento da relevância destes dois últimos mercados, concretamente no México e Brasil nos próximos dois anos.