A cerimónia de apresentação da Operação de Reabilitação Urbana (ORU) da área de Campanhã-Estação, decorreu nas galerias Mira, em Campanhã, no Porto, tendo a autarquia anunciado que esta acção prevê um investimento de 75 milhões de euros.
Este é um programa que tem um horizonte de 10 anos, prorrogável por mais cinco, e contempla a área Campanhã-Estação, delimitada em 2015, e que abrange partes das freguesias do Bonfim e de Campanhã.
De acordo com o vereador do Urbanismo, Manuel Correia Fernandes, “esta primeira operação de reabilitação urbana fora do centro não é decerto a ‘varinha mágica’ que colocará a deprimida cidade Oriental no mapa, mas é seguramente uma nova forma de fazer política de cidade”. Acrescentando que “Campanhã e Bonfim são territórios que entram formalmente na cidade que parece tê-los esquecido nos últimos anos”.
O investimento previsto é de 75 milhões de euros, mas este valor poderá aumentar até cerca de 90 milhões tendo em conta diversas operações incontornáveis e que vão aumentar esse valor, nomeadamente demolições, expropriações e aquisições de terrenos. Este investimento inclui ainda cerca de 25 milhões de euros da responsabilidade da autarquia portuenses e que, segundo presidente Rui Moreira, ´um valor “perfeitamente comportável para o Orçamento Municipal”.
O vereador do Urbanismo esclareceu que esta intervenção vai ser aplicada em cinco eixos, contando com 10 projectos estruturantes e 39 acções concretas. Neste âmbito, Manuel Correia Fernandes salientou “a construção e consolidação de duas fortes áreas empresariais”, bem como “a construção do interface intermodal de Campanhã” já em curso.
A maior fatia do total do investimento, 50 milhões de euros, vão ser atribuídos à reabilitação do edificado. O objectivo é solucionar os “graves problemas habitacionais e de salubridade pública, de degradação e abandono do edificado, e recomposição dos tecidos urbanos”, como é o caso da “reabilitação do edificado da zona da Lomba”. Para o efeito, vão existir incentivos à reabilitação urbana ao nível de IMI, IMT e IVA (passando de 23% de 6%).
Refira-se ainda que 6,4 milhões de euros vão para o espaço público e cinco milhões para os espaços verdes, rede pedonal e ciclável.
Para Rui Moreira esta operação é “uma extraordinária oportunidade para construir uma nova cidade, a cidade Oriental do Porto”.
Isabel Martins, do departamento municipal de Planeamento Urbano, avançou ainda que, actualmente, já se encontram em curso os “trabalhos de delimitação de novas áreas de reabilitação urbana, todas elas fora deste núcleo mais central: Foz Velha, Lordelo do Ouro e Corujeira-Cerco do Porto”.
Foto: Por Nuno Morão from Alcácer do Sal, Portugal - Porto, Campanhã, CC BY 2.0, https://commons.wikimedia.org/w/index.php?curid=3584967