As gaivotas da EXPO estão hoje mais agitadas. Como quaisquer aves, que amam a liberdade, já perceberam que perderam um Amigo. Um Amigo de nascença, neste caso um Homem que foi um dos criadores de todo aquele bonito habitat.

Estarei a sonhar? Pouco passa das cinco da manhã e acordei sobressaltado. Estou a poucas horas de me ir despedir de António Ribeiro de Freitas que partiu sem avisar. Na verdade ele sempre foi assim, livre como as aves. Deixa atrás de si um curriculum profissional de primeira linha.

Não vou entrar no lugar-comum de tecer elogios só porque desapareceu. Se calhar ele nem os merecia: partiu sem avisar…

Mas ele merece uma homenagem, muito mais do que as flores que as pessoas vão colocar na sua urna. O maior louvor que lhe podemos tecer é sermos simplesmente simples, como ele sempre foi.

Mas a vida é como a morte, anda ao sabor da natureza e a verdade é que perdi um amigo. Alguém que me via muito além do facto de eu ser jornalista. Confidenciou-me, ao longo de anos acontecimentos e factos, que nunca relatei. Se calhar por isso a nossa relação fosse tão aberta.

Foi para mim um orgulho conhecer um Homem tão bom.

Joaquim Pereira de Almeida