O valor das avaliações aos imóveis retomados em dação em pagamento ou em recuperação de crédito à habitação suscitou dúvidas ao Banco de Portugal. Por isso mesmo, esta instituição colocou a hipótese de reduzir entre 15% e 60% o valor desses imóveis como forma de obrigar os bancos a reavaliar esse valor consoante as regras estipuladas pelo Banco Central.

Esta medida surgiu depois de serem realizadas várias inspeções ao crédito à construção e às actividades imobiliárias em que se verificou que deveria existir alguma prudência nos valores de avaliação. Esta exigência aplica-se aos imóveis cuja data da última avaliação seja igual ou superior a um ano (com referência a 31 de Julho de 2013) e todas as informações dessa reavaliação devem ser comunicadas ao Banco de Portugal até ao dia 30 de Novembro de 2013.

A par dos imóveis urbanos, esta reavaliação contempla também os imóveis rústicos e os terrenos para construção. No caso particular dos terrenos, as avaliações partiram do pressuposto de que iria ser feita a construção e concluída, o que em muitos casos o cenário mais provável é não existir quaisquer construções derivado da actual crise, por isso mesmo este cenário deve ser tido em linha de conta nas reavaliações.

No reverso desta medalha está a situação financeira dos bancos portugueses, cujas contas poderão ser agora agravadas com as reavaliações dos imóveis, isto, numa altura em que todos os cenários apontam para mais um acumular dos prejuízos.

Foto: Anabela Loureiro