No primeiro semestre de 2015, a IGNIOS registou 21.094 novas constituições, num crescimento de 11,9% e de 6,8% face a iguais períodos de 2014 e 2013 respectivamente. Nas insolvências, a tendência é de estagnação.
Depois de cinco anos de elevado crescimento ao nível de insolvências, apenas interrompido em 2014, observa-se, agora, uma estagnação. No primeiro semestre foram declaradas insolventes 4.147 empresas, um número em linha com o primeiro semestre, quer de 2013, quer de 2014.
Nos primeiros seis meses de 2015, o tecido empresarial português mostrou níveis de dinamismo elevados, com a constituição de empresas a atingir valores máximos relativamente aos últimos dois anos. Na primeira metade do ano foram criadas 21.094 empresas em Portugal, o que representa um crescimento de 11,9% face ao 1º semestre de 2014 e de 6,8% face ao mesmo período de 2013, anos em que as constituições não superaram as 20.000 empresas.
Os dados são revelados pela IGNIOS no âmbito do “Observatório de Insolvências, Novas Constituições e Créditos Vencidos” referente ao mês de Junho.
Em comentário a estes resultados, António Monteiro, CEO da IGNIOS, refere que se tratam de “dados bastante animadores e que estão em linha com a própria evolução da economia, que no 1º trimestre revelou também a maior taxa de crescimento desde final de 2013. Podemos assim antecipar um ano positivo para o sector empresarial português”.
O sector “Outros Serviços” concentra o maior número de novas empresas, com um peso de 40,7% no total das constituições e foi também um dos que apresentou maior crescimento (+14,6%) neste indicador, com mais 1.096 empresas criadas face ao mesmo período do ano passado (total de 8.579 empresas criadas). Outros sectores de actividade com crescimentos expressivos foram a “Hotelaria & Restauração” (+18,8% para 2.491 empresas), “Agricultura” (+16,1% para 1.153), “Comércio a Retalho” (+10,1% para 2.624) e “Comércio de Veículos” (+20,1% para 753).
Em termos de distritos, Lisboa (28%), Porto (18,5%), Braga (8,2%), Setúbal (6,2%) e Aveiro (5,9%) são as localizações que concentram maior número de constituições, mas apenas este último aumentou o seu peso no total (em 2014 era de 5,7%). Os restantes quatro perderam expressão face ao ano anterior, com especial destaque para Lisboa, que em 2014 concentrava 29,3% das constituições. Fora do top 5, destacam-se ainda os distritos de Leiria e de Coimbra, que tal como Aveiro aumentaram o seu peso relativo (de 3,7% para 4,3% no primeiro caso e de 3,2% para 3,5% no segundo).
Quanto a insolvências, o 1º semestre deste ano registou um total de 4.147 empresas insolventes, evidenciando um variação residual de apenas 0,6% face ao mesmo período de 2014 (4.124) e igualmente em linha com 2013 (-0,6%, 4.173). O ano de 2015 está a apresentar uma tendência de estagnação neste indicador, depois de cinco anos (entre 2008 e 2013) com crescimentos expressivos de insolvências, e que foram apenas interrompidos em 2014, quando as empresas insolventes recuaram 1,1% no 1º semestre face ao mesmo período do ano anterior.
Nesta primeira metade de 2015, as declarações finais de insolvência são as que concentram maior número de processos (1.744), seguindo-se as insolvências requeridas pelos credores (1.263) e as apresentadas pela própria empresa (1.090). No primeiro caso, a nota foi de crescimento (14,1%) face ao mesmo período do ano passado, enquanto que nos dois últimos os processos reduziram: -3,5% e -9,2% respectivamente.
Os serviços dependentes da procura interna e das importações concentram a maioria das insolvências, mas ainda assim reduziram o número de empresas insolventes face ao mesmo período de 2014. São os casos da actividade de “Construção” (reduziu as insolvências em 3,8% para 725 empresas) mantendo-se como o sector que maior número de insolvências regista (17,8%). O “Comércio por Grosso”, com um peso de 14%, e o “Comércio a Retalho”, com um peso 14,6%, reduziram ambos o número de insolvências em 4,7% (para 485 empresas) e 1,6% (para 669 empresas) respectivamente.
A IGNIOS destaca ainda o setor do “Vestuário”, que aumenta novamente o número de insolvências (+26,2% para 164 empresas), sublinhando que, sendo o distrito com maior exposição a esta indústria, Braga aumentou também em 21,5% o número de empresas insolventes no 1º semestre do ano (544 empresas). Além de Braga, integram o top 5 os distritos de Lisboa (+3,5% para 972 empresas) e Setúbal (+5,7% para 280 empresas), ambos com aumentos no número de insolvências; e Porto (-15,5% para 805 empresas) e Aveiro (-0,3% para 315 empresas), onde as insolvências recuaram. Também Faro, já fora dos cinco distritos mais representativos (tem um peso de 2,7% no total), reduziu significativamente em termos de insolvências (-25% para 112 empresas).