A vereadora da Habitação da Câmara Municipal de Lisboa revelou que o programa de Renda Convencionada teve “sempre muito mais procura do que oferta”. Com efeito, nas oito edições anteriores existiram 2.990 candidatos e foram atribuídas 96 casas.

Em declarações à agência Lusa, Paula Marques, explicou que “temos sempre muito mais candidatos do que o número de fogos que são postos a concurso”. Por um lado, isso é “bom” uma vez que “quer dizer que as pessoas aderem ao programa”; mas, por outro, “impõem-nos um ritmo de conseguirmos pôr mais em bolsa”.

Recorde-se que até 15 de Janeiro de 2016 decorrem as candidaturas à 9ª edição do programa Renda Convencionada. De acordo com a vereadora da Habitação esta nova edição apresenta “uma bolsa maior, com 30 fogos dispersos na cidade”, 19 dos quais localizam-se na freguesia de Marvila e os restantes em Santa Maria Maior, sendo que as tipologias variam entre o T0 e T3 e estão distribuídas entre construções mais recentes ou são fruto de reabilitação urbana.

Os valores praticados de renda estão cifrados entre os 170 e 590 euros; ainda assim, a vereadora da Habitação explica que na renda convencionada “o valor dos fogos está entre 30 a 40% abaixo dos valores de mercado para a zona”. O que se justifica por este programa destinar-se a “um segmento da população que, ainda que tenha algum rendimento, não lhe é suficiente para fazer face a uma renda com valores no arrendamento privado”. Ainda assim, lembrou que “a renda a que se concorre não pode significar menos de 10% do rendimento do agregado, nem mais de 40%”.

Este programa iniciou-se em Janeiro de 2013 e nas oito edições já realizadas a organização registou um total de 2.990 candidaturas e atribuiu 96 dos 118fogos que foram a concurso. As habitações que não tiveram prenderam-se com a localização ou com a tipologia do fogo.

A vereadora revelou ainda que o perfil dos candidatos que têm vindo a manifestar interesse por este programa, 52% residiam no concelho de Lisboa, enquanto os restantes foram oriundos de fora do concelho; 60% tinham até 35 anos e 35% entre 36 e 59 anos. Uma nota adicional demonstra que o número de candidatos que correspondem a “pessoas isoladas é preponderante” (75% do total), o que pode ser explicado pelo “tipo de fogos que estão a concurso”, distribuindo-se os restantes por agregados de duas pessoas (20%), agregados de famílias numerosas (5%) e estudantes que partilham casa e candidatam-se a um T4 com uma renda de 450 euros.

Foto: Anabela Loureiro