A consultora imobiliária CBRE teve um aumento de 50% na sua facturação em 2015, obtendo o seu “melhor ano de sempre”. Se o ano foi ‘generoso’ para a consultora, foi também para o País já que, de acordo com as suas contas, o mercado do investimento registou um volume de negócios superior a dois mil milhões de euros.

O director geral Francisco Horta e Costa, na apresentação do resumo da actividade de 2015, salientou que deste volume de negócios, “um terço” foi fruto do trabalho da CBRE. Para se ter uma noção, basta olhar para o departamento de investimento da consultora que assessorou 13 transacções no valor de 260 milhões de euros, entre as quais aquela que foi uma das maiores operações do sector de centros comerciais dos últimos 10 anos: a venda de três Dolce Vita ao Deutsche Bank.

Destaque também para o negócio hoje anunciado do Edifício Praça Marquês de Pombal 1, com 9.000m2, pertencente a uma família portuguesa que vendeu a um investidor chinês e que engloba o Hotel Florida, os escritórios e a galeria comercial. De acordo com a consultora este investidor chinês é o mesmo que já adquiriu o edifício Marquês de Pombal 14 (antigos escritórios da AXA) e o edifício Duque de Palmela 23 (actuais escritórios da sociedade de advogados Uría Menéndez – Proença de Carvalho).

Também o departamento de promoção da consultora tem valores que vale a pena divulgar, uma vez que foi responsável pela comercialização de vários imóveis no valor total de cerca de 240 milhões de euros, onde ressalta a “transacção estrela”, a maior de um projecto imobiliário-turístico dos últimos 10 anos, da venda de Vilamoura à Lone Star em representação da Catalunya Caixa e ainda a venda de um conjunto de edifícios na Avenida da Liberdade a um fundo detido pela Perella Weingberg Real Estate Fund II, “que ainda está em construção mas que já é um caso de sucesso porque está quase todo vendido, o que não acontecia há já algum tempo”.

Francisco Horta e Costa dá também o exemplo do edifício da Avenida Fontes Pereira de Melo (Torre da Cidade), dizendo que “há poucos mercados na Europa a dar estes sinais de edifícios antes de serem construídos já estarem 90% tomados por três empresas”.

O representante máximo da CBRE Portugal admite que pode começar a existir espaço para a “construção especulativa para escritórios, especialmente em zonas centrais da cidade”, antecipando “que as rendas podem subir até 20€ nos próximos dois anos”.

Mas afinal quem investiu no País? De acordo com Francisco Sottomayor, director de Development, “se em 2013/2014 os investidores chineses tiveram uma forte presença em Portugal, no ano passado o tipo de investidores foi mais disperso, sobretudo com ingleses, franceses, norte-americanos, alemães e também chineses mas com menos peso”.

Francisco Horta e Costa adiantou que para 2016 já têm “90 imóveis que vamos lançar no início do ano” e uma “carteira de transacções no valor de 400 milhões de euros”, “essencialmente em habitação, escritórios, alguma logística e não tanto centros comerciais. Face às perspectivas de negócio para o corrente ano, o director geral da CBRE vaticina um volume de negócios entre os “1.500 ou 2.000 milhões de euros de investimentos, próximo dos valores de 2015”.