Ao longo dos últimos dois anos verificou-se um crescimento do interesse de investidores internacionais na aquisição de activos no mercado Industrial português. A ideia é avançada pela consultora Worx.
A análise do ano de 2015 feita pelo departamento de Research & Consultancy da Worx revela que, ao contrário dos mercados de escritórios e de investimento, tem-se verificado uma relativa estagnação do mercado Industrial português em termos de ocupação e novos projectos. Ainda assim, constatou-se que existiu um crescimento do interesse de investidores internacionais na aquisição deste tipo de activos maioritariamente.
Quando comparado com o ano passado, verifica-se um decréscimo do take-up de industrial na região de Lisboa e uma estabilização das rendas, fixando-se em cerca de 3,75 €/m²/mês para activos prime na Zona 3 (Eixo Azambuja e Alverca).
Em relação ao motivo da mudança, em 2015 cerca de 60% da área ocupada é referente a mudança de edifício. Dos negócios realizados no ano, o destaque vai para uma ocupação de 12.000 m² no Alverca Park (Zona 3) e de 7.400 m² na zona industrial da Abrunheira (Zona 2).
No entanto, fora de Lisboa e mantendo a tendência de 2014, denota-se um aumento ligeiro da actividade e confirma-se a tendência de construção de instalações próprias para, grandes ocupantes. São exemplo disso as novas instalações da Centrauto em Aveiro, com 28.000 m² e a Tomix em Torres Vedras com 9.000 m². Em termos de ocupação de instalações usadas, destaque para a Parfois que abriu o seu novo centro Logístico em Canelas, Vila Nova de Gaia, com 33.000 m².
De acordo com a consultora, nos últimos dois anos, registou-se uma alteração significativa dos proprietários de grandes áreas industriais em Portugal, por via da aquisição de portfólios industriais, até à data detidos pelo sector financeiro português, por grandes investidores internacionais, maioritariamente americanos. Esta nova realidade do mercado de indústria poderá levar a um reposicionamento destas áreas que enquadradas numa perspetiva internacional, poderão traduzir-se numa eventual revalorização e consequente reajuste em alta das rendas praticadas, essencialmente em activos prime.