A conferência ‘Sete Círculos: Os Limites da Cidade’, que decorreu na Culturgest, pretendeu questionar os limites da cidade contemporânea a partir de uma nova leitura sobre a paisagem e o território de Lisboa. Segundo o arquitecto Gonçalo Byrne, hoje, na capital, é difícil perceber a fronteira entre a cidade e o campo, o espaço público e privado.
Esta conferência que se desenvolveu ao longo de duas sessões, contou, entre outros ilustres oradores, com o arquitecto Gonçalo Byrne que, em declarações à agência Lusa, recordou que, “no século XIX, a cidade de Lisboa ainda tinha portas - apesar de já não ter as muralhas -, onde se pagava uma portagem para entrar” mas actualmente “é muito difícil definir os limites”. Por outras palavras, a capital passou a ser uma “cidade sem limites” que está organizada de forma dispersa e fragmentada pelo que é difícil perceber “onde é cidade e onde é que começa o campo”, defendeu o arquitecto.
Outra dificuldade apontada por Gonçalo Byrne é a dificuldade em delimitar o espaço urbano e o rural, o espaço público e o espaço privado, o que, na sua opinião, se deve ao facto de “uma boa parte do espaço público estar nos centros comerciais e nos aeroportos, sítios que têm um uso público, mas que no fundo são privados”.
O arquitecto salientou ainda que hoje, na capital, “há uma centralidade no Parque das Nações tão ou mais forte que a centralidade da Baixa". Basta observar que a zona do Parque das Nações dispõe de escritórios, habitação, comércio, acessibilidade com a Gare do Oriente e com proximidade ao aeroporto.
Os autores do projecto ‘Sete Círculos’, Pedro Campos Costa e Eduardo Costa Pinto, procuraram nesta conferência investigar e colocar em diálogo questões como ‘Qual a ideia de centro?’ ou ‘Onde está o limite entre espaço rural e espaço urbano?’. Para o efeito esta dupla contou com a participação dos oradores José Sarmento de Matos, Gonçalo Byrne, Francesc Muñoz, Mário Alves, Olivia Bina, Eduardo Brito-Henriques, e moderação de João Nunes e João Ferrão.
Foto: Anabela Loureiro