O Banco de Portugal anunciou que em 2016 verificou-se o crescimento do crédito à habitação em Portugal. De acordo com as instituições bancárias a operar com este tipo de crédito, 2017 será um ano promissor nesta área.

Os dados avançados pelo Banco de Portugal, relativamente ao ano transacto, referem que os bancos disponibilizaram 5.790 milhões de euros em crédito à habitação, correspondendo a um crescimento de 44,28% face aos 4.013 milhões de euros registados em 2015.

Contactado pela agência Lusa, sobre este assunto, fonte do Millenium BCP considerou que existe a continuação da tendência de crescimento, mas “com valores de produção ainda distantes dos registados há uma década”.

As taxas de juro historicamente baixas, os bons spreads (margem de lucro do banco) oferecidos pelos bancos, a estabilização/redução da taxa de desemprego e o aumento do índice de confiança dos consumidores, são alguns dos factores que explicam que o crédito à habitação decorre “maioritariamente de transacções de imóveis usados, e não de nova construção, que é neste momento mais reduzida do que a verificada há 10 anos”.

Fonte do Santander Totta afirmou à Lusa que está “optimista” acerca da evolução do mercado e acredita haver margem para o banco continuar a crescer neste mercado, “até porque os valores actuais estão bastante abaixo dos registados no passado”.

A Caixa Económica Montepio Geral recordou que o dinamismo no sector imobiliário começou desde finais de 2015 e a expectativa é de continuar a crescer em 2017, dada a “valorização do imobiliário e a tendência do aumento da procura”.

A área de crédito do Bakinter lembrou ainda que 2016 foi o ano em que se inverteu a tendência de redução da oferta e da procura de crédito, “com o retomar dos níveis de confiança e com os primeiros sinais dados por bancos como o Bankinter, mais resilientes e com melhores estruturas de capital, de que este é um mercado onde pretendem investir”.

O Banco Popular afirmou, por sua vez, que “neste início de ano não há quebras na concessão de crédito à habitação”, mas que não dispõe de dados para antever o resto do ano.

Refira-se, ainda, que 2017 vai ser marcado pela entrada de novos players bancários no crédito habitação. Tal é o caso do Banco CTT, cujo administrador executivo, João Mello Franco, revelou em conferência de imprensa que o crédito à habitação deste banco vai ter “um spread único, baixo e igual para todos” e que foi fixado nos 1,75%.

Foto: Anabela Loureiro