A última publicação da Cushman & Wakefield dedicada aos centros comerciais demonstra que não são apenas apelativos para os consumidores e retalhistas, são também um dos activos imobiliários mais atractivos em Portugal para os investidores institucionais.
A consultora revelou que, desde 2003, o sector dos centros comerciais em Portugal captou 3.500 milhões de euros, ou seja, 30% do total de investimento imobiliário comercial directo em Portugal.
Desde 2003 esta indústria captou 3.500 milhões de euros, 30% do total de investimento imobiliário comercial directo em Portugal nesse período e 64% do investimento feito por operadores internacionais. A acrescentar, o investimento indirecto no sector (através da compra de unidades de participação em fundos especificamente dedicados à detenção e gestão de centros comerciais) estima-se superior aos 1.500 milhões euros, quase exclusivamente por parte de fundos estrangeiros.
Em média o volume de investimento directo alocado cada ano a centros comerciais situa-se nos 230 milhões de euros, com o peso do capital estrangeiro a rondar os 70%. Nos últimos 17 anos foram fechados 65 negócios de investimento em centros comerciais em Portugal, com um valor médio por operação na ordem dos 60 milhões de euros.
O relatório ‘Centro Comerciais em Portugal’ resulta de mais de 25 anos de estudo aprofundado do sector pela consultora, abordando a oferta e a sua dispersão pelo País, a qualidade dos projectos, o dinamismo da procura, a evolução dos principais indicadores de operação e a actividade de investimento.
Segundo os dados apresentados, Portugal encontra-se entre os países da Europa com maior densidade de centros comerciais. O País conta com cerca de 120 centros comerciais que no conjunto totalizam mais de 3 milhões de m2 de área bruta locável (ABL), valor que resulta num ABL/1.000 habitantes de 280 m2, superior à média europeia de 239 m2. As áreas metropolitanas de Lisboa e Porto concentram metade da oferta, mais de 1,5 milhão de m2 de ABL, num total de 66 centros comerciais - 41 na Grande Lisboa e 25 no Grande Porto.
No que respeita aos ocupantes dos centros comerciais, entre Janeiro de 2015 e Junho de 2017 a Cushman & Wakefield registou cerca de 800 operações de arrendamento de lojas nos centros comerciais portugueses, revelando o enorme dinamismo do sector, sobretudo a partir de 2015 quando os retalhistas retomaram os seus planos de expansão, capitalizando o aumento do consumo.
Os dados apresentados baseiam-se na análise da amostra recolhida pela C&W desde Janeiro de 2015 em todos os formatos de retalho a nível nacional e revelam que os sectores da moda, restauração e de outros bens e serviços (essencialmente no sector da cosmética e perfumaria) foram os mais representativos em centros comerciais, respondendo em conjunto por mais de dois terços do número de unidades ocupadas.
O documento inclui ainda os resultados do modelo de scoring desenvolvido pelos profissionais de retalho da Cushman & Wakefield com o objectivo de avaliar a qualidade dos centros comerciais em Portugal. Aplicado a todos os centros com uma área comercial superior a 10.000 m2, este modelo é composto por cinco variáveis (número anual de visitantes, vendas por m², dimensão da área de influência, mix comercial e qualidade do projecto e da gestão), resultando a sua distribuição em quatro categorias de qualidade. A elevada atractividade da oferta é retratada nos resultados obtidos, em que 42% dos projectos existentes se classificam de Excelente ou Muito Bom e apenas 25% (16 centros) com a classificação mais baixa (Limitada). As regiões da Grande Lisboa e do Grande Porto contam com a maior concentração de centros de qualidade excelente, aproximando-se dos 50% do total da área.
Foto: Nova Arcada