O mercado nacional de compra e venda de habitação continua a apresentar uma tendência para a estabilização, enquanto o arrendamento está a perder dinamismo. Esta realidade foi apurada no Portuguese Housing Market Survey (PHMS), relativo ao mês de Agosto, inquérito que é realizado mensalmente pelo RICS e pela Confidencial Imobiliário.

Os inquiridos no âmbito do PHMS revelaram um cenário animador, uma vez que no mercado de compra e venda de casas o índice nacional de confiança passou de -13 para +5, sendo estes os melhores resultados alcançados desde que o inquérito foi lançado em Setembro de 2010. Também os preços, ainda que tenham continuado a cair, apresentam um saldo de respostas  situado em -22, o melhor resultado de sempre. Também os saldos de respostas relativos a transações e a novas instruções de compras melhoraram, sendo que as expectativas relativas a vendas apresentam-se agora positivas em todas as três regiões abrangidas pelo inquérito: Lisboa, Porto e Algarve.

No mercado de arrendamento, os sinais de abrandamento continuaram a ser visíveis. Apesar da procura por parte dos inquilinos ter crescido e de as instruções por parte dos senhorios se terem mantidos estáveis em Agosto, os resultados do inquérito  ao longo dos últimos meses são ligeiramente mais fracos do que os observados há seis ou 12 meses. De acordo com o PHMS a queda sustentada dos valores das rendas ao longo dos últimos anos – e que continuou a verificar-se este mês – combinada com as expectativas de queda futura, podem estar a tornar o sector de arrendamento menos atractivo para as famílias. 

Os resultados deste inquérito evidenciam, segundo o economista sénior do RICS, Josh Miller, “uma estabilização no mercado de compra e venda, particularmente em termos de actividade e confiança. Evitando novos choques e assumindo que a economia continuará a crescer, o mercado imobiliário parece ter encontrado um chão”.

O director da Confidencial Imobiliário, Ricardo Guimarães, acrescenta que, de acordo com os agentes, a correcção de preços apresenta-se cada vez mais como uma oportunidade, traduzindo-se num aumento das consultas por potenciais clientes e nas expectativas”. No entanto, explica, “o aumento da estabilidade política é essencial para o apetite dos investidores”.

RICS/Confidencial Imobiliário

Foto: Anabela Loureiro