A Mercer revelou o Top 10 das cidades mais caras do mundo. Luanda é a cidade mais cara e Lisboa encontra-se no 94º lugar do ranking num total de 211 cidades. Para se ter uma noção, uma refeição de fast food em Lisboa custa em média 4,95€ e em Luanda pode custar 13,89. Em contrapartida, Luanda apresenta um custo de 1l de gasolina de 0,45€ e Lisboa 1,6€.
A Mercer acaba de lançar o estudo global sobre o Custo de Vida de 2014. Os resultados confirmam que os locais mais caros do mundo para expatriados são maioritariamente cidades europeias, africanas e asiáticas. Duas cidades africanas lideram a lista das cidades mais caras para expatriados. Embora não sejam normalmente reconhecidas como cidades com elevados níveis de vida quando comparadas com outras, Luanda, em Angola, é a cidade mais cara do mundo pelo segundo ano consecutivo, seguida por N’Djamena, no Chade.
Algumas cidades europeias e asiáticas continuam no Top 10 como é o caso de Hong Kong, a ocupar a terceira posição e Singapura, na quarta posição. Zurique saltou três lugares para assumir a quinta posição, com Genebra na sexta. Tóquio caiu quatro lugares estando, agora, na sétima posição.
Por outro lado e no caso português, Lisboa aparece classificada no 94º lugar do ranking num total de 211 cidades. O ano anterior situava-se na 109ª posição, tendo subido 15 posições.
As diferenças nos custos podem ser muito distintas. Por exemplo, um bilhete de cinema pode custar cerca de 6,7€ em Lisboa, em comparação com 15,77€ em Londres; e um litro de gasolina pode custar 0,45€ em Luanda, em comparação com 1,6€ em Lisboa (Figura 2). Estes são apenas alguns exemplos de infinitas comparações que podem ser encontradas ao confrontar os relatórios individuais de custo de vida por cidade, que ajudam as empresas no cálculo de um pacote salarial adequado ao custo de vida da cidade de destino.
Por outro lado, “as classificações em muitas regiões foram afectadas por eventos mundiais recentes, como por exemplo flutuações cambiais, inflacção dos custos ao nível dos bens e serviços e volatilidade nos preços de alojamento”, refere Tiago Borges, responsável da área de estudos de mercado da Mercer. “Enquanto Luanda e N’Djamena são cidades relativamente pouco dispendiosas para os locais, tornam-se muito caras para expatriados visto que os bens importados são de elevada qualidade. Por outro lado, encontrar alojamento seguro que vá ao encontro das expetativas dos expatriados pode ser uma tarefa desafiante e cara. É por esta razão que algumas cidades africanas aparecem no topo da classificação no nosso estudo.”
Outras cidades mencionadas no top 10 das cidades mais caras para expatriados da Mercer são Berna, Moscovo e Shangai. Karachi, que ocupa a 211ª posição, é a cidade menos dispendiosa do mundo para expatriados. O estudo revela que Luanda é três vezes mais dispendiosa do que Karachi.
De acordo com Tiago Borges, “Enquanto as multinacionais continuarem a reconhecer a importância de ter uma equipa global e as funções corporativas continuarem a prevalecer, devem estar preparadas para monitorizar e equilibrar o custo dos seus programas para expatriados. As entidades empregadoras necessitam de avaliar o impacto das flutuações da moeda, da inflação e da instabilidade política quando enviam funcionários para o estrangeiro, sendo esta uma forma de assegurar que mantêm funcionários talentosos ao oferecer pacotes de remuneração competitivos.”
As flutuações monetárias e o impacto da inflacção nos bens e serviços influenciaram o custo dos programas de expatriados, bem como os rankings das cidades.
“É interessante perceber que diversas cidades mudaram de posição na lista este ano, devido a grandes aumentos tanto nos custos de alojamento como nos níveis de procura, somando a uma moeda local forte. Dhaka e Nairobi (ambas 117) e o Dubai (67) subiram para 37º, 30º e 23º lugar, respectivamente”, conclui.