A imagem é a mesma apenas muda o nome. A Espírito Santo Viagens e a Espírito Santo Consultoria passam agora a chamar-se Springwater Travel Group (SWC). O objectivo é dar continuidade aos negócios das viagens e estabilizar este sector.

Na conferência de imprensa realizada ontem no Altis Grand Hotel, Francisco Calheiros afirmou que este negócio já estava “encerrado desde a semana passada”. Mau grado, o co-fundador e CEO da capital de risco e agora dono da ex-ES Viagens, Martin Gruschka, não quis avançar com os números desta operação, afirmando que “não são nossa política divulgá-los”.

A gestão da Springwater Travel Group terá como CEO Francisco Calheiros, CFO Miguel Nunes e COO (Chief Operational Officer) Mário Machado que substituí Alexandre Matos agora de saída após o processo de reestruturação da ES Viagens.

Francisco Calheiros recordou o “inesperado terramoto” no banco BES, nomeadamente numa altura em que a “ES Viagens atravessava uma fase de reestruturação e estabilidade era a palavra que precisávamos de encontrar”. Lamentando ainda que neste “Verão a liderança esbateu-se e tudo o que aconteceu foi péssimo para a ES Viagens”. Martin Gruschka, por seu lado, afirmou que para a SWC a aquisição do grupo português “foi uma oportunidade única”, uma vez que têm a “ambição de tornar a SWC num dos players ibéricos de maior relevância no sector do turismo”. Esta aquisição vem, assim, no seguimento dessa estratégia.

Este interlocutor explicou que não pretendem “mudar nada” já que se trata de um grupo com “muito potencial de crescimento”. Crescimento este que passa por Angola, Moçambique, entre outros mercados africanos. Aliás, Martin Gruschka revelou mesmo que encontram-se a ponderar “realizar três a quatro aquisições nos próximos 12 a 18 meses”. A estes mercados poderá juntar-se o Brasil, pois, segundo Francisco Calheiros, “há dez anos (o Brasil) não correu bem, mas tudo pode mudar”. A nível nacional as operações da SWC vão passar por sinergias com “tour operadores e com a Pullmantur Air”.

Recorde-se que a SWC enfrentou 23 interessados iniciais, seis propostas apresentadas e acabou por vencer três em concurso. Martin Gruschka esclareceu que desde o parecer favorável pelo Tribunal do Comércio do Luxemburgo até o primeiro contacto com a Rioforte vão passar três semanas até o processo estar concluído. Este processo reveste-se, nas suas palavras, “de extrema importância porque no Turismo trabalha-se com base na confiança”.