A Região de Turismo do Alentejo/Ribatejo apresentou o “Plano Operacional para o Turismo Equestre”. Segundo o presidente do Turismo do Alentejo, António Ceia da Silva, este é um dos “potenciais produtos da região mas que ainda precisa de ser trabalhado” até 2020.
A sessão pública de apresentação deste plano realizou-se no Hotel Lusitanos, na Golegã, e contou com a presença da ministra da Agricultura e do Mar, Assunção Cristas. O “Plano Operacional para o Turismo Equestre” vai ser implementado nas regiões do Alentejo e do Ribatejo até 2020 e tem por objectivo estruturar, requalificar e alavancar a promoção de um produto que, dado o seu potencial económico e turístico, tem particular relevância para o território.
António Ceia da Silva, em declarações à Magazine Imobiliário, explicou que aproveitaram “os anos de 2014-2015 para traçar um conjunto de planos visando que, nos próximos anos, no âmbito do quadro comunitário 2020, se possa posicionar o turismo equestre como um produto decisivo na alavancagem do turismo da região de uma forma global”.
Em primeiro lugar, o que esta região pretende “é ter em 2020 um produto estruturado e consolidado para enriquecer a experiência dos turistas provenientes de mercados externos”. Apesar de fazer a ressalva para o facto de também existir “mercado nacional”, a realidade é que “estamos a falar de um produto que está claramente mais vocacionado para o estrangeiro”. António Ceia da Silva esclarece que basta perceber que na “França existem 2,2 milhões de pessoas que andam a cavalo, que no Reino Unido existe o maior número de cavalos e cavaleiros da Europa ou que nos Estados Unidos da América e no Canadá há um enraizamento muito forte deste tipo de turismo”. Como enfatiza, o turismo equestre é “um produto com um potencial de internacionalização enorme”.
Esse potencial passa tanto pelo “turismo a cavalo” (foco no conhecimento do cavalo como produto e da exibição do cavalo), como pelo “turismo de cavalo” (utilização do cavalo em práticas turísticas individuais). Por outras palavras as actividades e serviços que este tipo de turismo envolve vão desde passeios de cavalo, charrete ou pónei, até aulas, estágios e cursos de equitação, passando por desportos ou exibições hípicas, estadas hípicas, visitas de quintas e de espaços de criação ou ainda de feiras e eventos relacionados com o cavalo.
Na estratégia de consolidação do turismo equestre nas regiões do Alentejo/Ribatejo há “cinco programas estratégicos para este território”, explica António Ceia da Silva. Esses programas vão dedicar-se às áreas da estruturação e promoção do produto Turismo Equestre, “que implica o estudo da marca, a criação de uma plataforma de venda, entre outras prioridades”; de consolidação deste produto; de criação de rotas equestres que possam ser fruídas pelos turistas; de realização de feiras e eventos; e de organização de acções de sensibilização e formação para os agentes que operam nesta cadeia de valor.
Refira-se que este plano foi desenvolvido pela consultora Deloitte, sob a coordenação da Entidade Regional de Turismo e contou com a participação de uma Comissão de Acompanhamento, constituída por várias entidades como o Turismo de Portugal, as Câmaras Municipais de Alter do Chão e Golegã, a CCDRA, a Associação Nacional de Turismo Equestre, a Associação Portuguesa de Turismo Equestre e Trec, a Federação Equestre Portuguesa, o Instituto Politécnico de Portalegre, a Herdade da Comporta e a Companhia das Lezírias.
António Ceia da Silva recorda que já existem “na região entidades e um conjunto de dinâmicas muito fortes associadas ao turismo equestre mas que, em termos turísticos globais, tem de ser consolidada, como sejam o Centro de Alto Rendimento de Desportos Equestres da Golegã, a Coudelaria de Alter, Elvas com o único curso superior na área da equitação, a Companhia das Lezírias, o Centro Hípico de Santo André, Comporta, Serpa, Arraiolos…”
Para o presidente do Turismo do Alentejo “o que importa em Portugal, e é isso que estamos a fazer, é criar dinâmicas em termos do posicionamento do produto em função dos mercados potenciais”. Mas para isso “é necessário desenvolver um trabalho conjunto, nos próximos anos entre os autarcas, os empresários e com os agentes do sector”, conclui.
Foto: Turismo do Alentejo ERT