O presidente da Câmara Municipal de Lisboa (CML) afirmou que o Fundo de Desenvolvimento Turístico de Lisboa, fruto das receitas geradas pela taxa turística, vai suportar 18,2 milhões de euros nos investimentos que vão ser concretizados na capital até 2019.
Esta afirmação foi proferida na cerimónia de apresentação da estratégia e dos projectos abrangidos pelo Fundo de Desenvolvimento Turístico de Lisboa (FDTL), que decorreu na sede da Associação da Hotelaria, Restauração e Similares de Portugal (AHRESP).
Nesta sessão, Fernando Medina explicou que os projectos que vão ser abrangidos pelo FDTL correspondem a um total de 33,7 milhões de euros, dos quais 15,5 milhões de euros serão pagos por outras entidades. Os mesmos incluem a conclusão da requalificação do Palácio Nacional da Ajuda, a criação do Museu Judaico de Lisboa em Alfama, do Centro Interpretativo da Ponte 25 de Abril, o terminal de actividade marítimo-turística na antiga estação fluvial Sul e Sueste.
Ainda no âmbito deste fundo está contemplada a concretização do programa municipal ‘Lojas com história’ e a criação do Pólo Descobrir. Neste evento ficou a saber-se que este pólo dedicado aos Descobrimentos portugueses já não vai ser fixado na Avenida Ribeira das Naus, como inicialmente foi avançado, isto por existir discordância da Direcção-Geral do Património Cultural, sendo que a nova localização não foi anunciada.
O presidente da CML considerou que estes projectos são de “enorme significado para a cidade de Lisboa, de enorme capacidade de reforço da nossa atractividade, mas, acima de tudo, da nossa qualidade de vida e da nossa valorização enquanto cidade”.
O momento serviu ainda para anunciar que está previsto, até 2017, a realização de um estudo para criação dos núcleos museológicos dos Descobrimentos, a dinamização do Museu do Azulejo, a modernização e melhoria da sinalização turística, a colocação de videovigilância em locais de turismo, o reforço da animação do eixo central da cidade (entre a Avenida da Liberdade e o Campo Pequeno) e a reavaliação da instalação de um novo centro de grandes congressos.
Recorde- se que a Taxa Municipal Turística começou a ser aplicada, em Janeiro de 2015, sobre as dormidas de turistas nacionais e estrangeiros nas unidades hoteleiras e de alojamento local, sendo cobrado um euro por noite até um máximo de sete euros. De acordo, com os dados avançados pela agência Lusa, a cobrança entre Janeiro e Julho rendeu à CML sete milhões de euros, valor que já se equipara à receita prevista para todo o ano. Para 2016, a autarquia prevê auferir de uma receita de 15,7 milhões de euros.
Uma das vozes contra esta taxa foi a AHRESP mas, como o director-geral José Manuel Esteves explicou, “atendendo à visão esclarecida e pragmática do presidente Fernando Medina, a AHRESP decidiu cooperar e participar na gestão do Fundo de Desenvolvimento Turístico de Lisboa, pois rápida e claramente nos apercebemos de que o que estava em causa era a integral aplicação das respectivas verbas em iniciativas que visam exclusivamente financiar projectos de dinamização e valorização da oferta turística da nossa capital”.
Foto: Museu Judaico de Lisboa